sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Aquário

Veja tudo ali na frente
a imensa bola de fogo
o trenó sem o velho, a vida sem sentido
tudo no aquário da vida
faixa por faixa nessa estrada
segundo por segundo o relógio diminui a velocidade
e os olhos jamais piscaram ... nunca mais
o sofá tomou o formato do corpo
e tudo o que sentimos é o vento no rosto
nada mais é normal
não olhe para o lado, não veja e não respire
formigas cinzas lhe tiram do serio
o som na cozinha da torneira entre aberta
tudo vai te incomodar
eles sempre estariam la
nunca fizeram nada de bom
nada faz eles sorrirem
é tudo escuro ao redor
aproveite a luz do aquário
procure palavras de conforto

domingo, 2 de setembro de 2007

Outra noite



O som dos moveis rangendo com o vento frio
só a luz da fogueira no fim da rua
que teima em passar pelas minhas janelas quebradas
ainda há um barulho maior que incomoda
existe um porquê em tudo isso
o que deu errado foi viver de costas para o mundo
foi destruir o futuro por um desejo inútil
foi largar de um sonho por nada
minhas bebidas não queimam minha garganta
é como um copo de agua bem gelado
malditos vizinhos que insistem em fazer festa todas as sextas
isso incomoda muito, não consigo dormir
minha cabeça dói, meus problemas martelam com toda força
nada era como eu sonhava e nada vai ser agora como eu queria
o que resta e fechar os olhos e esquecer
assim que a festa do vizinho acabar...